Em janeiro de 1968, foi levado à execução o Projeto Rondon n° 1, deslocando para Boa Vista, Roraima, equipes organizadas, levando representantes das Ciências Médicas, Técnicas e Sociais. O Projeto recebeu este nome em homenagem ao Marechal Cândido Rondon, um dos desbravadores da Amazônia e criador do Serviço de Proteção aos Índios. A regionalização do Projeto Rondon, originário do Ministério do Interior contou com a participação do Ministério do Exército e sob a aprovação da Presidência da República.
1ª Fase: Desenvolvida regionalmente. Os jovens que quisessem dirigir-se ao norte do país deveriam primeiramente, ter uma experiência "in loco" dos problemas de sua região. Criaram-se as coordenações regionais, ficando o R14111 no Grande do Sul dividido em duas partes: uma sob a responsabilidade da Universidade do Rio Grande do sul e Pontifícia Universidade Católica do Estado, a outra sob os cuidados da Universidade Federal de Santa Maria. Em suma, o Projeto Rondon, visa à ação dinâmica do estudante, participando dos problemas da comunidade, canalizando suas energias em benefício social da nossa pátria.
A subcoordenação do Projeto Rondon abriu em 13 de abril, as inscrições para os acadêmicos da Universidade Federal de Santa Maria e profissionais de nível universitário, interessados em participar no projeto regional n° 3, contando com 130 inscritos. O núcleo de integração foi responsável pelos contatos mantidos junto à UFSM, para obtenção de recursos necessários para a efetivação do 3° projeto regional. Dos acadêmicos inscritos e relacionados para o projeto regional foram deslocados 43 acadêmicos das seguintes áreas: Agronomia (11), Veterinária (2), Farmácia e Bioquímica (5), Enfermagem (1), Medicina (1), Odontologia (1), Educação (6), Administração (1).
2ª Fase: Desenvolvida nacionalmente. Houve um intercâmbio com as regiões Norte e Nordeste do Brasil. As operações aconteciam nas férias – as nacionais em janeiro e fevereiro, e as regionais, em julho. No campus de Roraima, o fluxo de atividades era constante durante o ano todo, havendo, a cada mês, uma nova equipe de estagiários embarcando para Boa Vista como partes das atividades acadêmicas. Em Roraima, as atividades desenvolvidas alcançavam diferentes áreas do conhecimento, com destaque para a atuação dos acadêmicos de cursos relacionados à saúde e a educação. Além dos atendimentos à comunidade, a UFSM oferecia cursos de extensão para qualificação dos professores locais. Os docentes santa-marienses iam para o campus nos períodos de férias da UFSM, deixando atividades programadas para todo o semestre.
3ª Fase: Campus avançado Roraima. Em abril de 1968, em um vôo de Brasília ao Rio de Janeiro, O Reitor da UFSM teve oportunidade de conversar com o Ministro Costa Cavalcanti. Entre os planos do Ministro do Interior estava o de reativar o “Projeto Rondon”. Não demorou para que Mariano manifestasse o interesse da UFSM em participar do Projeto. A idéia corporificou-se, ao regressar a equipe de acadêmicos da UFSM, que dentro da programação do Projeto Rondon, fora de Roraima, prestar seus serviços no período de férias escolares (Jan./fev. 1969). A idéia tomou forma através do contato do reitor com o Ten. Cel. Mauro da Costa Rodrigues, quando ficou estabelecido o lançamento das Universidades Brasileiras sobre a Amazônia, cabendo à UFSM, o assessoramento à Roraima. Para isso foi montado um Projeto, em que se estabeleciam as condições de execução, de trabalho e de montagem do, já então chamado "Campus Avançado". Este Projeto foi analisado pelo GT Rondon, aprovado, o planejamento final indicava a necessidade de uma "Fase-Piloto" que iniciou em agosto de 1969.
No dia 1° de agosto de 1969, foi assinado o Convênio do estabelecimento do Campus Avançado, em sessão solene presidida pelo Reitor Prof° Dr. José Mariano da Rocha Filho e com a presença dos senhores José Costa Cavalcanti Ministro do Interior, Walmor Leal Dalcin Governador do território de Roraima e o Tenente Coronel Mauro da Costa Rodrigues Coordenador do GT Rondon.
Em resumo o Convênio reunia várias Filosofias:
- A do Governo Federal, de efetuar o desenvolvimento da Amazônia, a todo custo;
- A do Governo do território de Roraima com o mesmo propósito;
- A do GT Rondon, a de "integrar para não entregar";
- A da UFSM, seguindo a sua diretriz de ser "Alavanca para o Progresso”.
O Campus Avançado é constituído de duas sedes: A urbana, com uma área de cerca de 10 hectares, situado no perímetro de Boa Vista e a Sede rural: localizada na Fazenda Boa Intento com uma área de 1.700 ha. O coordenador do Campus Avançado, Cel. Alexandre Amêndoa, fez com que a idéia tomasse corpo e concretizando-se mesmo com todas as dificuldades. Cabe destacar a atuação da FAB (Força Aérea Brasileira) que possibilitou o dificultoso transporte. O engenheiro Ivan Soares Gervini trabalhou durante todo o mês de novembro de 1969 em Roraima, fazendo o levantamento, estudos e projeto para a construção de um Colégio Agrícola Modelo no Campus de Roraima. As atividades no Campus Avançado de Roraima consagraram a idéia de extensão da Universidade, desafio vencido pelos pioneiros que aceitaram o plano de interiorizar a Educação no País.
O Campus avançado de Roraima funcionou até 1985. As instalações e o trabalho desenvolvido pela UFSM em Roraima foram o embrião para a criação da Universidade Federal de Roraima em 1989.
Em 2005, o nome Projeto Rondon foi resgatado e retomou suas atividades, sob coordenação do Ministério da Defesa.